Friday, November 28, 2008
Wednesday, November 26, 2008
Monday, November 24, 2008
Brasil Arquitetura
scritório fundado em 1979 por Francisco de Paiva Fanucci, Marcelo Carvalho Ferraz e Marcelo Suzuki, arquitetos formados pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAU USP.
Realiza projetos de arquitetura, urbanismo, recuperação e restauro e desenho industrial para os mais diversos setores de atividade: residências e conjuntos residenciais, lojas, restaurantes, indústrias, edifícios para lazer e de uso público/institucional.
Em 1986, os arquitetos criaram também a Marcenaria Baraúna, destinada a executar mobiliário e objetos em madeira projetados no escritório.
Desde 1996 é dirigido por Francisco de Paiva Fanucci e Marcelo Carvalho Ferraz.
Realiza projetos de arquitetura, urbanismo, recuperação e restauro e desenho industrial para os mais diversos setores de atividade: residências e conjuntos residenciais, lojas, restaurantes, indústrias, edifícios para lazer e de uso público/institucional.
Em 1986, os arquitetos criaram também a Marcenaria Baraúna, destinada a executar mobiliário e objetos em madeira projetados no escritório.
Desde 1996 é dirigido por Francisco de Paiva Fanucci e Marcelo Carvalho Ferraz.
Monday, November 17, 2008
Projeto para Concurso de acessibilidade para FAUFBA
Monday, November 10, 2008
Thursday, October 30, 2008
Tuesday, September 23, 2008
Monday, May 26, 2008
AfroReggae
..."Foi nesse contexto que surgiu o projeto Conexões Urbanas. O Grupo Cultural Afro Reggae pensou em um projeto que pudesse levar entretenimento, lazer, cultura e exemplos artístico-sociais que possam ser utilizados como modelos nos locais onde acontecerão os eventos. Acabou sendo mais que isso: contribuiu para começar a romper as fronteiras invisíveis que mantém a favela apartada do conforto e possibilidades de cultura e lazer que a cidade proporciona."
Tuesday, May 20, 2008
ARCHIGRAM
www.archigram.net
Archigram foi um grupo de arquitetos ingleses formado em 1961 - embora o grupo só tenha adotado o nome de fato em 1963 - com base na Architectural Association School of Architecture, em Londres, cujas propostas buscavam um diálogo mais próximo com o contexto cultural da época. Se inspirou na tecnologia como forma de expressão para criar projetos hipotéticos, na tentativa de resgatar as premissas fundamentais da arquitetura moderna (Cf. magazine Archigram no.1, 1961). Seus principais membros foram Peter Cook, Warren Chalk, Ron Herron, Dennis Crompton, Michael Webb e David Greene. A intenção do grupo inglês era a publicação de uma revista de arquitetura ilustrada que divulgasse a produção do grupo mas, mais do que isso, fosse um instrumento de comunicação direta e de crítica às formas tradicionais de produção, de representação e de ensino de arquitetura. A publicação recebeu o nome de Archigram, nome composto através da união das palavras architecture e telegram. Já neste momento é possível identificar o primeiro rompimento proposto: a produção da arquitetura é entendida pelo grupo através da sua inserção na comunicação midiática, cuja linguagem adotada reforçava a cultura de massa; seja pela própria adoção da revista como meio de expressão arquitetônica, seja pelo uso de uma linguagem pouco ou nada particular e fechada ao universo da disciplina, compreendendo os elementos linguísticos pop, retirados das histórias em quadrinho, das propagandas, da televisão, de fotografias; compondo híbridas montagens. Publicaram suas idéias no panfleto Archigram a partir de 1961. Obtiveram grande notoriedade com a exposição Living City, no Institute of Contemporary Arts, em 1963. Defendiam uma abordagem high tech, com infra-estrutura leve, explorando o universo das estruturas infláveis, computadorizadas, ambientes descartáveis, cápsulas espaciais e imagens de consumo de massa. Seu trabalho apresentava uma visão sedutora de um futuro da era da máquina, de uma sociedade orientada para o consumo, altamente informatizada, e nômade. (wikipedia)
Friday, May 02, 2008
Thursday, April 24, 2008
1ª Parte: A relação do poder com a cultura.
A cultura é um elemento da política... desde que existe política também existe elaboração cultural e uma ação comum em torno dela. E tudo indica que a consciência política sugiu na Grécia pela primeira vez.
“o homem é um animal político”, afirmou Aristóteles.
Como exemplo, o teatro grego, que era representado ao ar livre, era visto como elemento da vida pública, isto é, da mesma forma que os cidadãos participavam da democracia ateniense, também assistiam tragédias e comedias. Por isso que na época de Péricles, quando as funções públicas passaram a ser remuneradas, o publico passou a receber do Estado uma quantia em dinheiro (o teoricon) para assiste a peças teatrais e assim prestigiar, com sua presença, os festivais, cujas peças podiam inclusive ridicularizar os governantes, sem censura. A platéia ganhava para assistir...(porém, devo lembrar aos mais afoitos que deste banquete não participavam, porque não gozavam DE DIREITOS POLITICOS, os escravos, os estrangeiros e as mulheres...)
Já no império romano a cultura era vista como justificação de algo , principalmente do PODER, durante o governo de Otávio Augusto (27 a. C - 14 d. C) foi até mesmo instituída uma política para esse fim. MECENAS, ministro de Otávio, encarregado das questões culturais, tinha como função patrocinar obras que engrandecessem a figura do imperado e dessa forma justificassem o poder Romano.
Daí duas coisas importantes:
1 – a origem do chamado mecenator, que ocorre toda vez, mesmo em períodos históricos diferentes, que artistas ou pensadores são mantido por algum poder econômico ou político.
2 – no caráter em que isto acaba implicando, numa visão utilitária da cultura, isto é, a cultura utlizada para servir a um domínio político.
>>>>>>>>>>Segue para o século XV, a Europa vive o impacto da revolução comercial. (MARES NUNCA ANTES NAVEGADOS)...uma explosão nas artes e no pensamento se fez sentir. Ai vem o movimento cultural Renascimento (resgate da cultura greco-romana) que esbarra na inquisição da Igreja católica.
DECAMERON –italiano Bocaccio – narra entrre ouvas coisas, deliciosas aventuras passadas em conventos...
Documento que Galileu Galilei assina que foi “seu engano”, a Terra não gira, o Universo é Infinito.
Estes muitos outro s momentos históricos, significativos em formação cultural e policita, permitem conclusões parciais:
1 – a política sempre se ocupou da cultura;
2 – na maioria das vezes a cultura tem sido incentivada de acordo com os interesses políticos e econômicos dominantes;
3 - quando a cultura ultrapassou os limites permitidos, foi reprimida;
4 – mas também, a produção cultural, quando organizada e consciente, provocou contribuições decisivas para transformações históricas.
A próxima analise será em torno da “era das revoluções”.....
Adaptado de: O que é política Cultural de Martin Cezar Feijó
“o homem é um animal político”, afirmou Aristóteles.
Como exemplo, o teatro grego, que era representado ao ar livre, era visto como elemento da vida pública, isto é, da mesma forma que os cidadãos participavam da democracia ateniense, também assistiam tragédias e comedias. Por isso que na época de Péricles, quando as funções públicas passaram a ser remuneradas, o publico passou a receber do Estado uma quantia em dinheiro (o teoricon) para assiste a peças teatrais e assim prestigiar, com sua presença, os festivais, cujas peças podiam inclusive ridicularizar os governantes, sem censura. A platéia ganhava para assistir...(porém, devo lembrar aos mais afoitos que deste banquete não participavam, porque não gozavam DE DIREITOS POLITICOS, os escravos, os estrangeiros e as mulheres...)
Já no império romano a cultura era vista como justificação de algo , principalmente do PODER, durante o governo de Otávio Augusto (27 a. C - 14 d. C) foi até mesmo instituída uma política para esse fim. MECENAS, ministro de Otávio, encarregado das questões culturais, tinha como função patrocinar obras que engrandecessem a figura do imperado e dessa forma justificassem o poder Romano.
Daí duas coisas importantes:
1 – a origem do chamado mecenator, que ocorre toda vez, mesmo em períodos históricos diferentes, que artistas ou pensadores são mantido por algum poder econômico ou político.
2 – no caráter em que isto acaba implicando, numa visão utilitária da cultura, isto é, a cultura utlizada para servir a um domínio político.
>>>>>>>>>>Segue para o século XV, a Europa vive o impacto da revolução comercial. (MARES NUNCA ANTES NAVEGADOS)...uma explosão nas artes e no pensamento se fez sentir. Ai vem o movimento cultural Renascimento (resgate da cultura greco-romana) que esbarra na inquisição da Igreja católica.
DECAMERON –italiano Bocaccio – narra entrre ouvas coisas, deliciosas aventuras passadas em conventos...
Documento que Galileu Galilei assina que foi “seu engano”, a Terra não gira, o Universo é Infinito.
Estes muitos outro s momentos históricos, significativos em formação cultural e policita, permitem conclusões parciais:
1 – a política sempre se ocupou da cultura;
2 – na maioria das vezes a cultura tem sido incentivada de acordo com os interesses políticos e econômicos dominantes;
3 - quando a cultura ultrapassou os limites permitidos, foi reprimida;
4 – mas também, a produção cultural, quando organizada e consciente, provocou contribuições decisivas para transformações históricas.
A próxima analise será em torno da “era das revoluções”.....
Adaptado de: O que é política Cultural de Martin Cezar Feijó
Wednesday, April 23, 2008
Tuesday, April 22, 2008
Saturday, April 19, 2008
Sunday, April 13, 2008
MANIFESTO DO MOFO
Manifesto do mofo contra o Racionalismo em ArquiteturaHundertwasser Friedensreich A pintura e a escultura são livres porque hoje todos podem produzir qualquer obra de arte e em seguida expô-la. Em arquitetura, essa liberdade fundamental que deve ser vista como condição prévia a toda criação artística não existe, porque, para ter o direito de construir, é necessário um diploma.Por quê? Todos deveriam poder construir, mas enquanto a liberdade de construir não existir, a arquitetura planejada de hoje não será de maneira alguma arte. A Arquitetura entre nós está submetida à mesma censura que a pintura na União Soviética. O que é posto no canteiro de obras são somente compromissos lastimáveis sem nenhuma coordenação, conciliados com má consciência pelas pessoas das quais o espírito está dominado por um instrumento de medida.O indivíduo que deseja construir não deveria estar submisso a nenhuma inibição. Todos deveriam ser capazes e obrigados a edificar para que sejam verdadeiramente responsáveis pelas quatro paredes e o interior nos quais vivem. Devemos aceitar o risco de que uma louca estrutura dessa natureza possa mais tarde desabar, e nós não devemos em nenhum caso recuar diante do perigo de morte que essa nova maneira de construir poderia acarretar. Deve-se pôr um ponto final na situação atual onde as pessoas se instalam em seus alojamentos como coelhos em seu viveiro. Se uma dessas estruturas selvagens construídas por esses habitantes fosse desabar, antes disso ela começaria primeiro a rachar, o que permitiria que eles se salvassem a tempo.Daí em diante, o habitante será mais crítico e mais criativo diante dos alojamentos que ele ocupa e reforçaria as paredes com suas próprias mãos, se estas lhe parecessem muito frágeis. A impossibilidade da habitação material das favelas é preferível à impossibilidade da habitação moral da arquitetura funcional e utilitária. No que nos acostumamos a chamar de favelas, só o corpo do homem arrisca-se a perecer, enquanto que na arquitetura institucionalmente planejada pelo homem também perde-se a alma.Esse é então o princípio das favelas – isto é, uma arquitetura de proliferação anárquica – que deve ser melhorado e tomado como ponto de partida, e não uma arquitetura funcional. A Arquitetura funcional revelou-se como um caminho errado, exatamente como a pintura com uma régua. Nós nos aproximamos rapidamente de uma arquitetura impraticável, inútil e finalmente inabitável.A grande viragem para a pintura é o tachisme automático e absoluto: para a arquitetura é a impossibilidade de habitação, mas como a arquitetura está trinta anos atrasada com relação à pintura, esse ponto sem volta ainda não foi atingido.Hoje, passado o tachisme automático total, nós experimentamos miraculosamente o transautomatismo: da mesma forma, não será depois de passar pela instabilidade total e o mofo criativo que feriremos a experiência miraculosa de uma verdadeira arquitetura nova e livre. De toda forma, como nós não passamos pela impossibilidade de habitação total, e não estamos infelizmente ainda no coração do transautomatismo da arquitetura, devemos primeiramente buscar tão rápido quanto possível a impossibilidade de habitação total e o mofo criativo.Um homem em seu apartamento deve ter a possibilidade de debruçar-se na janela e arrancar a alvenaria com as próprias mãos. Ele deve ter o direito de pintar tudo que alcança com cor-de-rosa, com um longo pincel, a fim de que as pessoas de longe possam ver da rua: um homem mora no que o difere de seus vizinhos, isto é, os que aceitam o que lhes é dado. Ele deve igualmente poder fazer buracos nas paredes e empreender todo tipo de trabalho, mesmo se a suposta harmonia arquitetônica de um imóvel é destruída. Enfim, ele deve poder: preencher seu quarto de barro e massa de modelar. Mas isso é proibido pelo contrato!É tempo para que as pessoas se revoltem contra uma situação que as condena a viver confinadas em latas de sardinhas, da mesma maneira que as galinhas e os coelhos em gaiolas, que são totalmente estranhas à sua natureza. Uma construção utilitária ou de uma gaiola é uma construção que permanece estranha a três categorias de pessoas a que dizem respeito:1. O arquiteto não tem relação com a construção.Mesmo quando trata-se de um grande arquiteto, ele não pode prever qual tipo de pessoa irá habitá-la. A suposta “escala” humana em arquitetura é uma cruel decepção. Particularmente quando esta escala é estabelecida após um levantamento de opiniões.2. O pedreiro não tem relação com a construção. Se, por exemplo, ele deseja levantar um muro seguindo sua inspiração e afastando-se do plano preciso, ele perde seu trabalho. Mas de qualquer modo ele não se incomoda porque não é ele que irá habitar a construção.3. O ocupante não tem relação com a construção. Simplesmente ele não a construiu, mas somente instalou-se. Suas necessidades humanas, seu senso de espaço são certamente diferentes. Isso continuará sendo verdade mesmo se o arquiteto e o pedreiro tentam construir seguindo as instruções exatas do ocupante. É somente quando o arquiteto, o pedreiro e o ocupante formam uma unidade, isto é, quando se trata da mesma pessoa, podemos falar em arquitetura. Todo o resto não é de modo algum arquitetura, porém a encarnação física de um ato criminoso. Arquiteto, pedreiro e ocupante são uma trindade como o pai, o filho e o espírito santo... Quando a unidade arquiteto-pedreiro-ocupante é quebrada não há arquitetura e essa é a situação atual. O homem deve reencontrar sua função crítico-criativa que se perdeu e que sem a qual deixa de existir enquanto ser humano.Criminoso também é o uso em arquitetura da régua que, como podemos facilmente prová-lo, deve ser considerada como um instrumento que conduz à destruição da unidade arquitetônica. Essa floresta de linhas retas que nos encerra progressivamente como em uma prisão deve ser arrancada.Até agora o homem tem sempre arrancado a floresta da qual queria encontrar-se livre. Mas primeiro ele deve ter consciência do fato de que vive em uma floresta porque essa floresta desenvolveu-se subitamente sem que a população percebesse. Dessa vez trata-se de uma floresta de linhas retas. Todo arquiteto moderno, no trabalho em que a régua e o compasso exercem um papel, mesmo que por um segundo, deve ser rejeitado. E ainda nem foram citados a prancheta e o papel de maquetista que se tornaram mórbidos, estéreis e sem significado. A linha reta é imoral.As estruturas construídas a partir de linhas retas, quaisquer que sejam suas formas, são insustentáveis. Elas são produtos do medo e do conservadorismo: os arquitetos e construtores têm medo de voltar-se para o tachisme, sabendo que é muito tarde.Quando a ferrugem ataca a lâmina de barbear, quando o mofo forma-se num muro, quando o musgo nasce num canto e atenua os ângulos, nós deveríamos nos alegar de que a vida microbiótica entra na casa e nos damos conta que somos testemunhas das mudanças arquitetônicas em que temos muito a aprender.A mania de destruição dos arquitetos funcionalistas é bem conhecida. Eles querem simplesmente destruir as casas Art Nouveau do séc. XIX com sua decoração em estuque e substituí-las pelas suas construções vazias e sem alma. Eu citaria Le Corbusier que queria arrasar Paris e reconstruí-la com os monstruosos imóveis retilíneos. Para sermos justos agora, deveríamos destruir os edifícios de Mies Van der Rohe, Neutra, a Bauhaus, Gropius, Johnson, Le Corbusier e os outros, porque ficaram fora de moda e moralmente insuportáveis em menos de uma geração.Para salvar a arquitetura funcionalista da ruína moral uma substância corrosiva deveria ser jogada nos muros de vidro e superfícies de concreto liso para permitir ao mofo que se fixe sobre eles. É tempo de que a indústria reconheça que a missão fundamental é a produção do mofo criativo!É preciso que agora a indústria desenvolva, entre seus especialistas, engenheiros e doutores, responsabilidades para a produção de um mofo criativo... Só os sábios e os engenheiros capazes de viver no mofo e de produzir mofo criativo serão os mestres do amanhã.Somente depois que todas as coisas sejam recobertas de mofo criativo, sobre o qual nós temos muito a aprender, uma nova e maravilhosa arquitetura nascerá. Texto publicado originalmente em 1958Tradução: Flávio Arancibia Coddou
MANIFESTO DO MOFO
Manifesto do mofo contra o Racionalismo em Arquitetura
Hundertwasser Friedensreich
A pintura e a escultura são livres porque hoje todos podem produzir qualquer obra de arte e em seguida expô-la. Em arquitetura, essa liberdade fundamental que deve ser vista como condição prévia a toda criação artística não existe, porque, para ter o direito de construir, é necessário um diploma.Por quê? Todos deveriam poder construir, mas enquanto a liberdade de construir não existir, a arquitetura planejada de hoje não será de maneira alguma arte. A Arquitetura entre nós está submetida à mesma censura que a pintura na União Soviética. O que é posto no canteiro de obras são somente compromissos lastimáveis sem nenhuma coordenação, conciliados com má consciência pelas pessoas das quais o espírito está dominado por um instrumento de medida.O indivíduo que deseja construir não deveria estar submisso a nenhuma inibição. Todos deveriam ser capazes e obrigados a edificar para que sejam verdadeiramente responsáveis pelas quatro paredes e o interior nos quais vivem. Devemos aceitar o risco de que uma louca estrutura dessa natureza possa mais tarde desabar, e nós não devemos em nenhum caso recuar diante do perigo de morte que essa nova maneira de construir poderia acarretar. Deve-se pôr um ponto final na situação atual onde as pessoas se instalam em seus alojamentos como coelhos em seu viveiro. Se uma dessas estruturas selvagens construídas por esses habitantes fosse desabar, antes disso ela começaria primeiro a rachar, o que permitiria que eles se salvassem a tempo.Daí em diante, o habitante será mais crítico e mais criativo diante dos alojamentos que ele ocupa e reforçaria as paredes com suas próprias mãos, se estas lhe parecessem muito frágeis. A impossibilidade da habitação material das favelas é preferível à impossibilidade da habitação moral da arquitetura funcional e utilitária. No que nos acostumamos a chamar de favelas, só o corpo do homem arrisca-se a perecer, enquanto que na arquitetura institucionalmente planejada pelo homem também perde-se a alma.Esse é então o princípio das favelas – isto é, uma arquitetura de proliferação anárquica – que deve ser melhorado e tomado como ponto de partida, e não uma arquitetura funcional. A Arquitetura funcional revelou-se como um caminho errado, exatamente como a pintura com uma régua. Nós nos aproximamos rapidamente de uma arquitetura impraticável, inútil e finalmente inabitável.A grande viragem para a pintura é o tachisme automático e absoluto: para a arquitetura é a impossibilidade de habitação, mas como a arquitetura está trinta anos atrasada com relação à pintura, esse ponto sem volta ainda não foi atingido.Hoje, passado o tachisme automático total, nós experimentamos miraculosamente o transautomatismo: da mesma forma, não será depois de passar pela instabilidade total e o mofo criativo que feriremos a experiência miraculosa de uma verdadeira arquitetura nova e livre. De toda forma, como nós não passamos pela impossibilidade de habitação total, e não estamos infelizmente ainda no coração do transautomatismo da arquitetura, devemos primeiramente buscar tão rápido quanto possível a impossibilidade de habitação total e o mofo criativo.Um homem em seu apartamento deve ter a possibilidade de debruçar-se na janela e arrancar a alvenaria com as próprias mãos. Ele deve ter o direito de pintar tudo que alcança com cor-de-rosa, com um longo pincel, a fim de que as pessoas de longe possam ver da rua: um homem mora no que o difere de seus vizinhos, isto é, os que aceitam o que lhes é dado. Ele deve igualmente poder fazer buracos nas paredes e empreender todo tipo de trabalho, mesmo se a suposta harmonia arquitetônica de um imóvel é destruída. Enfim, ele deve poder: preencher seu quarto de barro e massa de modelar. Mas isso é proibido pelo contrato!É tempo para que as pessoas se revoltem contra uma situação que as condena a viver confinadas em latas de sardinhas, da mesma maneira que as galinhas e os coelhos em gaiolas, que são totalmente estranhas à sua natureza. Uma construção utilitária ou de uma gaiola é uma construção que permanece estranha a três categorias de pessoas a que dizem respeito:1. O arquiteto não tem relação com a construção.Mesmo quando trata-se de um grande arquiteto, ele não pode prever qual tipo de pessoa irá habitá-la. A suposta “escala” humana em arquitetura é uma cruel decepção. Particularmente quando esta escala é estabelecida após um levantamento de opiniões.2. O pedreiro não tem relação com a construção. Se, por exemplo, ele deseja levantar um muro seguindo sua inspiração e afastando-se do plano preciso, ele perde seu trabalho. Mas de qualquer modo ele não se incomoda porque não é ele que irá habitar a construção.3. O ocupante não tem relação com a construção. Simplesmente ele não a construiu, mas somente instalou-se. Suas necessidades humanas, seu senso de espaço são certamente diferentes. Isso continuará sendo verdade mesmo se o arquiteto e o pedreiro tentam construir seguindo as instruções exatas do ocupante. É somente quando o arquiteto, o pedreiro e o ocupante formam uma unidade, isto é, quando se trata da mesma pessoa, podemos falar em arquitetura. Todo o resto não é de modo algum arquitetura, porém a encarnação física de um ato criminoso. Arquiteto, pedreiro e ocupante são uma trindade como o pai, o filho e o espírito santo... Quando a unidade arquiteto-pedreiro-ocupante é quebrada não há arquitetura e essa é a situação atual. O homem deve reencontrar sua função crítico-criativa que se perdeu e que sem a qual deixa de existir enquanto ser humano.Criminoso também é o uso em arquitetura da régua que, como podemos facilmente prová-lo, deve ser considerada como um instrumento que conduz à destruição da unidade arquitetônica. Essa floresta de linhas retas que nos encerra progressivamente como em uma prisão deve ser arrancada.Até agora o homem tem sempre arrancado a floresta da qual queria encontrar-se livre. Mas primeiro ele deve ter consciência do fato de que vive em uma floresta porque essa floresta desenvolveu-se subitamente sem que a população percebesse. Dessa vez trata-se de uma floresta de linhas retas. Todo arquiteto moderno, no trabalho em que a régua e o compasso exercem um papel, mesmo que por um segundo, deve ser rejeitado. E ainda nem foram citados a prancheta e o papel de maquetista que se tornaram mórbidos, estéreis e sem significado. A linha reta é imoral.As estruturas construídas a partir de linhas retas, quaisquer que sejam suas formas, são insustentáveis. Elas são produtos do medo e do conservadorismo: os arquitetos e construtores têm medo de voltar-se para o tachisme, sabendo que é muito tarde.Quando a ferrugem ataca a lâmina de barbear, quando o mofo forma-se num muro, quando o musgo nasce num canto e atenua os ângulos, nós deveríamos nos alegar de que a vida microbiótica entra na casa e nos damos conta que somos testemunhas das mudanças arquitetônicas em que temos muito a aprender.A mania de destruição dos arquitetos funcionalistas é bem conhecida. Eles querem simplesmente destruir as casas Art Nouveau do séc. XIX com sua decoração em estuque e substituí-las pelas suas construções vazias e sem alma. Eu citaria Le Corbusier que queria arrasar Paris e reconstruí-la com os monstruosos imóveis retilíneos. Para sermos justos agora, deveríamos destruir os edifícios de Mies Van der Rohe, Neutra, a Bauhaus, Gropius, Johnson, Le Corbusier e os outros, porque ficaram fora de moda e moralmente insuportáveis em menos de uma geração.Para salvar a arquitetura funcionalista da ruína moral uma substância corrosiva deveria ser jogada nos muros de vidro e superfícies de concreto liso para permitir ao mofo que se fixe sobre eles. É tempo de que a indústria reconheça que a missão fundamental é a produção do mofo criativo!É preciso que agora a indústria desenvolva, entre seus especialistas, engenheiros e doutores, responsabilidades para a produção de um mofo criativo... Só os sábios e os engenheiros capazes de viver no mofo e de produzir mofo criativo serão os mestres do amanhã.Somente depois que todas as coisas sejam recobertas de mofo criativo, sobre o qual nós temos muito a aprender, uma nova e maravilhosa arquitetura nascerá.
Texto publicado originalmente em 1958
Tradução: Flávio Arancibia Coddou
Hundertwasser Friedensreich
A pintura e a escultura são livres porque hoje todos podem produzir qualquer obra de arte e em seguida expô-la. Em arquitetura, essa liberdade fundamental que deve ser vista como condição prévia a toda criação artística não existe, porque, para ter o direito de construir, é necessário um diploma.Por quê? Todos deveriam poder construir, mas enquanto a liberdade de construir não existir, a arquitetura planejada de hoje não será de maneira alguma arte. A Arquitetura entre nós está submetida à mesma censura que a pintura na União Soviética. O que é posto no canteiro de obras são somente compromissos lastimáveis sem nenhuma coordenação, conciliados com má consciência pelas pessoas das quais o espírito está dominado por um instrumento de medida.O indivíduo que deseja construir não deveria estar submisso a nenhuma inibição. Todos deveriam ser capazes e obrigados a edificar para que sejam verdadeiramente responsáveis pelas quatro paredes e o interior nos quais vivem. Devemos aceitar o risco de que uma louca estrutura dessa natureza possa mais tarde desabar, e nós não devemos em nenhum caso recuar diante do perigo de morte que essa nova maneira de construir poderia acarretar. Deve-se pôr um ponto final na situação atual onde as pessoas se instalam em seus alojamentos como coelhos em seu viveiro. Se uma dessas estruturas selvagens construídas por esses habitantes fosse desabar, antes disso ela começaria primeiro a rachar, o que permitiria que eles se salvassem a tempo.Daí em diante, o habitante será mais crítico e mais criativo diante dos alojamentos que ele ocupa e reforçaria as paredes com suas próprias mãos, se estas lhe parecessem muito frágeis. A impossibilidade da habitação material das favelas é preferível à impossibilidade da habitação moral da arquitetura funcional e utilitária. No que nos acostumamos a chamar de favelas, só o corpo do homem arrisca-se a perecer, enquanto que na arquitetura institucionalmente planejada pelo homem também perde-se a alma.Esse é então o princípio das favelas – isto é, uma arquitetura de proliferação anárquica – que deve ser melhorado e tomado como ponto de partida, e não uma arquitetura funcional. A Arquitetura funcional revelou-se como um caminho errado, exatamente como a pintura com uma régua. Nós nos aproximamos rapidamente de uma arquitetura impraticável, inútil e finalmente inabitável.A grande viragem para a pintura é o tachisme automático e absoluto: para a arquitetura é a impossibilidade de habitação, mas como a arquitetura está trinta anos atrasada com relação à pintura, esse ponto sem volta ainda não foi atingido.Hoje, passado o tachisme automático total, nós experimentamos miraculosamente o transautomatismo: da mesma forma, não será depois de passar pela instabilidade total e o mofo criativo que feriremos a experiência miraculosa de uma verdadeira arquitetura nova e livre. De toda forma, como nós não passamos pela impossibilidade de habitação total, e não estamos infelizmente ainda no coração do transautomatismo da arquitetura, devemos primeiramente buscar tão rápido quanto possível a impossibilidade de habitação total e o mofo criativo.Um homem em seu apartamento deve ter a possibilidade de debruçar-se na janela e arrancar a alvenaria com as próprias mãos. Ele deve ter o direito de pintar tudo que alcança com cor-de-rosa, com um longo pincel, a fim de que as pessoas de longe possam ver da rua: um homem mora no que o difere de seus vizinhos, isto é, os que aceitam o que lhes é dado. Ele deve igualmente poder fazer buracos nas paredes e empreender todo tipo de trabalho, mesmo se a suposta harmonia arquitetônica de um imóvel é destruída. Enfim, ele deve poder: preencher seu quarto de barro e massa de modelar. Mas isso é proibido pelo contrato!É tempo para que as pessoas se revoltem contra uma situação que as condena a viver confinadas em latas de sardinhas, da mesma maneira que as galinhas e os coelhos em gaiolas, que são totalmente estranhas à sua natureza. Uma construção utilitária ou de uma gaiola é uma construção que permanece estranha a três categorias de pessoas a que dizem respeito:1. O arquiteto não tem relação com a construção.Mesmo quando trata-se de um grande arquiteto, ele não pode prever qual tipo de pessoa irá habitá-la. A suposta “escala” humana em arquitetura é uma cruel decepção. Particularmente quando esta escala é estabelecida após um levantamento de opiniões.2. O pedreiro não tem relação com a construção. Se, por exemplo, ele deseja levantar um muro seguindo sua inspiração e afastando-se do plano preciso, ele perde seu trabalho. Mas de qualquer modo ele não se incomoda porque não é ele que irá habitar a construção.3. O ocupante não tem relação com a construção. Simplesmente ele não a construiu, mas somente instalou-se. Suas necessidades humanas, seu senso de espaço são certamente diferentes. Isso continuará sendo verdade mesmo se o arquiteto e o pedreiro tentam construir seguindo as instruções exatas do ocupante. É somente quando o arquiteto, o pedreiro e o ocupante formam uma unidade, isto é, quando se trata da mesma pessoa, podemos falar em arquitetura. Todo o resto não é de modo algum arquitetura, porém a encarnação física de um ato criminoso. Arquiteto, pedreiro e ocupante são uma trindade como o pai, o filho e o espírito santo... Quando a unidade arquiteto-pedreiro-ocupante é quebrada não há arquitetura e essa é a situação atual. O homem deve reencontrar sua função crítico-criativa que se perdeu e que sem a qual deixa de existir enquanto ser humano.Criminoso também é o uso em arquitetura da régua que, como podemos facilmente prová-lo, deve ser considerada como um instrumento que conduz à destruição da unidade arquitetônica. Essa floresta de linhas retas que nos encerra progressivamente como em uma prisão deve ser arrancada.Até agora o homem tem sempre arrancado a floresta da qual queria encontrar-se livre. Mas primeiro ele deve ter consciência do fato de que vive em uma floresta porque essa floresta desenvolveu-se subitamente sem que a população percebesse. Dessa vez trata-se de uma floresta de linhas retas. Todo arquiteto moderno, no trabalho em que a régua e o compasso exercem um papel, mesmo que por um segundo, deve ser rejeitado. E ainda nem foram citados a prancheta e o papel de maquetista que se tornaram mórbidos, estéreis e sem significado. A linha reta é imoral.As estruturas construídas a partir de linhas retas, quaisquer que sejam suas formas, são insustentáveis. Elas são produtos do medo e do conservadorismo: os arquitetos e construtores têm medo de voltar-se para o tachisme, sabendo que é muito tarde.Quando a ferrugem ataca a lâmina de barbear, quando o mofo forma-se num muro, quando o musgo nasce num canto e atenua os ângulos, nós deveríamos nos alegar de que a vida microbiótica entra na casa e nos damos conta que somos testemunhas das mudanças arquitetônicas em que temos muito a aprender.A mania de destruição dos arquitetos funcionalistas é bem conhecida. Eles querem simplesmente destruir as casas Art Nouveau do séc. XIX com sua decoração em estuque e substituí-las pelas suas construções vazias e sem alma. Eu citaria Le Corbusier que queria arrasar Paris e reconstruí-la com os monstruosos imóveis retilíneos. Para sermos justos agora, deveríamos destruir os edifícios de Mies Van der Rohe, Neutra, a Bauhaus, Gropius, Johnson, Le Corbusier e os outros, porque ficaram fora de moda e moralmente insuportáveis em menos de uma geração.Para salvar a arquitetura funcionalista da ruína moral uma substância corrosiva deveria ser jogada nos muros de vidro e superfícies de concreto liso para permitir ao mofo que se fixe sobre eles. É tempo de que a indústria reconheça que a missão fundamental é a produção do mofo criativo!É preciso que agora a indústria desenvolva, entre seus especialistas, engenheiros e doutores, responsabilidades para a produção de um mofo criativo... Só os sábios e os engenheiros capazes de viver no mofo e de produzir mofo criativo serão os mestres do amanhã.Somente depois que todas as coisas sejam recobertas de mofo criativo, sobre o qual nós temos muito a aprender, uma nova e maravilhosa arquitetura nascerá.
Texto publicado originalmente em 1958
Tradução: Flávio Arancibia Coddou
Saturday, April 12, 2008
Saturday, March 01, 2008
Desconstruindo o Desejo e degustando parte de cidade.
Pronto, fim do trabalho do atelier quer consistia em trabalhar em uma área que segue sob o signo do desejo de consumo, e obrigou a nós (galera da equipe) estabelecer uma nova leitura naquela que é uma área hiper conhecida, e de fruição de passagem.A discursão no final das contas girou em torno do complexo debate que se trava em relação ao espaço públicoXespaço privado. Com direito a subversões e analises do que realmente é um espaço dito público, reflexo da cidade contemporânea em que os usos para diversão está cada vez mais ligado ao consumo e ao espetáculo.Daí a proposta da gente em intervir neste grande área do Desejo, que seria da avenida Barros Reis, logo próximo a rotula do abacaxi, onde irá construir um novo shopping até a avenida Tancredo Neves, onde tem esta boa parte dos novos edifícios comerciais da cidade e Shopping Salvador. Esse seria o Percurso do Desejo (fetiche e consumo).Para propor, dividimos a analise em 03 escalas:- Escala da Cidade – Como deverá ser a articulação dessa área com a cidade- Escala do Bairro _ Como se comunicaram, interligaram os bairros que circundam a área.- Escala do Individuo – a relação do individuo com a proposta e articulação de pedestre de ligação entre bairros.O projeto em si foi mais uma proposta diretora do que é um projeto mesmo (tempo curto para desenvolver um projeto), que gerou um grande eixo de circulação e de fruição/apropriação do pedestre, na área que atualmente é o canal de esgoto, e muitas outras propostas pontuais, que pode ser visto no blog do recorte.
www.recortesalvador3.blogspot.com
Sunday, February 10, 2008
Composição VIII, Kandinsky
Desse jogo de linhas e volumes, de uma desordem musical alucinante, hipnotiza e propõe um ritmo. Ao olhar mais atentantamente, as nuances das cores que propõe um nova lógica compositiva, em conjunto linhas que denunciam uma profundidade, se vê também arquitetura. toda essa composição instiga a parar e olhar mais atentamente, pra se descobrir qual musica se faz alusão, que edifício ou percurso direciona, e que leitura posso fazer a partir do meu próprio repertorio de sons e cores.
O que me instigar nessa Composição, é a possibilidade do usos de formas e linhas para celebrar uma sensação, externando com todos esses elementos aquilo que não há palavras para descrever.
O que me instigar nessa Composição, é a possibilidade do usos de formas e linhas para celebrar uma sensação, externando com todos esses elementos aquilo que não há palavras para descrever.
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